domingo, 16 de junho de 2013

Bravo, Giorgio Faletti!

           Milão, prostitutas e uma tragédia que movimentou toda a cidade. OK, isso não é nada de mais, seria até normal para um livro escrito por um advogado (pois é, ainda pode haver alguma esperança para mim) italiano. Então, o que "Memórias de um vendedor de mulheres" tem que o faz tão especial a ponto de me fazer falar dele por meio deste post? Ora, eu digo: um cafetão sem pênis chamado Bravo.
         
          Sem mais delongas, vamos logo ao assunto: Bravo (um dos meus mil amores platônicos) e suas memórias.

          Sabe aquele livro que te envolve tanto que, quando você não o está lendo, se pega querendo saber o que vai acontecer a seguir? Pronto. É desse jeito que você vai se sentir quando ler "Memórias de um vendedor de mulheres". Quando eu fui comprar o livro, fiquei receosa porque não sabia do que se tratava exatamente. Eu só sabia que "Apenas os tolos e os inocentes não têm um álibi.". Era isso o que o livro me dizia. Era essa a sinopse do livro, se é que podemos chamá-la assim. Foi isso o que me atraiu. Uma frase de efeito, que atingiu o objetivo. Pensei "Por que não?". Comprei. Foi uma das melhores coisas que eu fiz esse ano.
         
           A trama é surpreendente de um modo que, devido a uma certa experiência com leitura, eu JURAVA que sabia como ia acabar. Mas não. Errei. Giorgio Faletti consegue te envolver e surpreender. Ele dispensa diálogos e personagens inúteis: todos e tudo tem alguma importância na história, por menor que seja. TUDO tem um propósito, e todos os pontos e personagens estão, de alguma forma, interligados. Mas nada disso será explicado até o final do livro. E, quando você pensa que não pode se surpreender ainda mais com todos os "caos e acasos" dos quais Bravo fala, Giorgio mostra que mais surpresas virão.

         A narrativa é diferente (de uma forma boa), com a qual nunca havia me deparado antes. O modo como Bravo conta a história é calmo, mas não deixa a desejar e muito menos torna a história entediante. Eu poderia até compará-lo a Edward Norton lindo, sedutor e maravilhoso em "Clube da Luta"... Chega até a ser poético. Por fim, você vai querer sentar para tomar um café com Bravo. Sério.

PS: Para quem não sabe, Giorgio Faletti é o autor de "Eu mato" e "Eu sou Deus' que, segundo dizem, são épicos.