Neste sábado, Doctor Who faz 50 anos. E sempre me perguntam por que eu amo tanto Doctor Who. Às vezes me acham meio estranha por gostar tanto... Afinal, é só uma série de TV que tem 50 anos, não é mesmo? Na verdade, não. Não é, é mais do que isso... Muito mais. Mas como ao menos começar a tentar explicar meu amor por Doctor Who? Dizer “Meu amor por Doctor Who é como o vento, não podemos vê-lo, mas eu posso senti-lo.", ou “Sabe quando você descobre algo que se torna tão essencial para você, que às vezes você se pega se perguntando ‘como eu vivi até agora sem isso?” parecem boas opções. No entanto, isso não é nem perto do início. É só a ponta do iceberg do amor de uma whovian.
O Doctor, o deus que tenta ser
humano, um deus de muitas caras... Ah, o meu
Doctor! O “raggedy man” de Amelia Pond. O “wonderful man” do conto de fadas do
Neil Gaiman. O timelord que já foi de uma Susan, de uma Sarah, de uma Leela, de
uma Romana, uma Rose, uma Martha, uma Donna, e muitas outras e outros... Mas
também meu.
O alien que já mudou de aparência
11 vezes, e que me ensinou tanto em, principalmente, três delas. Você nunca
esquece o seu primeiro Doctor. E o meu foi o Nine. Sassy Nine. Mas não importa
qual a geração, não importa o número, eu aprendi muito com o mesmo homem:
aprendi que às vezes tudo pode dar certo, mesmo que não pareça. Que você deve
fazer o que você acha certo. Que não importa o quanto você esteja machucado,
você deve sempre ser gentil. Que às vezes o ar dos seus pulmões pode ser um
ótimo presente. Que você deve deixar as pessoas seguirem com as vidas delas,
que às vezes você vai perder amigos, mas isso pode ser bom para eles...
Que você nunca deve ficar sozinho,
que uma mesma música tocando repetidamente pode te enlouquecer, que o medo do
escuro não é irracional, na verdade, ele é totalmente justificável, que não há
sentido em ser um adulto se você não pode ser infantil às vezes, que violência
não é a saída para resolver seus problemas. E que se sentir atraída por um
alien de pouco mais de 1.000 anos de idade é normal e socialmente aceitável, se
estivermos falando do Doctor.
Mas acima de tudo, mas mais
importante que qualquer coisa, foi que, em sua genialidade, este personagem
incrível me ensinou que está tudo bem se você for diferente... Que qualquer
pessoa que seja remotamente interessante é meio louca, e foi desse jeito que eu
aprendi que estava tudo bem em ser como eu sou. Em não gostar exatamente das
mesmas coisas que todo mundo gosta. Em ser quem eu sou. Foi assim que eu me
encontrei, e me aceitei.
Então, apesar das lágrimas
derramadas por causa dele, apesar dos pesares, é por isso que eu o amo tanto. É
por isso que eu espero que venham mais 50 anos. E é por isso também, que não importa quanto eu me esforçe e tente colocar todo o meu sentimento relativo a Doctor Who num texto, numa poesia, em qualquer coisa... Eu nunca vou conseguir mostrar inteiramente como eu amo essa série.