quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Na sua cor.

Qual a sua cor preferida?
Tenho para mim que é azul.
Não que azul seja a minha cor preferida.
É roxo, na verdade.
Em todos os seus tons,
Desde lilás
Até aquele roxo quase preto.
O tom muda dependendo do dia,
Do humor,
Do amor.

Mas dessa vez,
A estrela do dia
Ou da noite
É o azul.
Então,
Vamos falar de azul
E de você.
De mim,
De nós?
Não, vamos me deixar um pouco de lado.
Vamos esquecer meu egocentrismo um pouco.
É o azul que me faz lembrar de você.
E ironicamente
Coincidentemente
(ou seria carma?)
O azul está nas minhas coisas
Favoritas.
Minha vida reúne
Uma sucessão de encontros com a cor
Azul.

É a cor do céu,
É a cor que o mar tem
Quando está no ápice de sua beleza.
(não que ele tenha outra cor,
mas às vezes é mais verde do que azul)
E o oceano.
Você já parou para observar
A imensidão azul que é o oceano?
Como é assustadoramente lindo,
E como é puramente aterrorizante,
Com todos os mistérios
Que esconde nos tons azulados
Das suas águas?

Foi a cor das paredes
Do meu quarto
Quando eu tinha seis anos de idade.
E era a cor do alter-ego da Pantera.
Sim, a Pantera Cor de Rosa,
Aquele meu desenho preferido da infância,
Quando eu só jantava
Tomando sopa de milho verde
Se estivesse passando na televisão.
Meu pai já era conhecido na locadora,
De tantas vezes que precisou alugar
O cassete para mim.
E lembra do Castelo Rá-Tim-Bum?
O ratinho de lá era azul.
E era o personagem por quem eu mais esperava.
Meu preferido sempre.

Saindo um pouco da infância,
E evoluindo um pouco para os dias atuais,
Azul também é a cor da TARDIS,
A máquina do tempo que leva o Doctor
(doctor who?)
Pelos mundos, não onde ele quer ir,
Mas sempre onde ele precisava ir.
Para salvar o dia.
Para salvar o meu dia.
E azul é a cor
Que Van Gogh usava
Quando estava feliz.
É a cor dominante nos meus quadros preferidos dele.

Azul é a cor que transmite felicidade,
Que representa a felicidade.
E acalma
Traz calma.
Paz.
Silêncio.
Como um banho de espuma quentinho
À luz de velas,
Ouvindo meu album preferido
(do dia)
E talvez seja uma verdade universalmente conhecida
Que a cor azul
É a cor da paz.
(há quem diga que é branco)
Mas pouco me importa
O que é imposto pela ditadura
Disfarçada de falsa democracia,
De pseudo-livre escolha,
A imposição pintada nas cores
Do livre arbítrio
Das convenções sociais.
Principalmente quando se trata de você e eu.

Principalmente quando se trata
De quem muda o tom das nossas vidas,
Que transforma guerra em paz.
Azul para mim é paz.
É a paz do dia amanhecendo,
No finalzinho da madrugada,
Quando paro o que estou fazendo para
Assistir o céu
E sua festa colorida,
Passar do azul escuro
Para o roxo
E depois para o azul claro
Ao som do canto dos passarinhos
Que me fazem companhia.
Que guardam meus segredos,
Meus pensamentos que vão até você,
Melhor do que ninguém,
E certamente muito melhor que eu mesma.

Azul é paz emocional,
Paz de espírito.
Assim,
Nada mais justo
Que você seja azul para mim.
Você, que se tornou
Uma das minhas pessoas preferidas.
Você, que é paz.
E que me traz paz.
Hoje,
Ignorando a caneta preta,
Pinto este poema de azul,
Esperando que seja
Seu tom preferido de azul.
Esperando que, quando eu te perguntar
"Ei mas qual sua cor preferida?"
Você responda:
"Azul."
Hoje, azul é a cor da saudade.


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Um rápido poema sobre ir e vir e o que está no meio.

Conhecer alguém novo é como se conhecer
Novamente.
É relembrar
E reviver
Aquele sentimento de excitação
Misturado com uma certa insegurança
De se estar lidando com uma pessoa nova.
E também aquela necessidade
De conhecer mais e mais
De explorar
Descobrir
E desvendar.
Aquela excitação de se perguntar
Do que o outro gosta
Do que traz paz
E o que perturba.
E também uma certa vontade
De se mostrar.
De se deixar desvendar.
Toda pessoa é um mistério a ser desvendado,
Um Universo a ser conquistado.
Então desvende.
E desvende-se.
Conquiste e se deixe conquistar.
Esqueça do que pode dar errado.
Entregue-se.
Mas e se o encanto acabar?
O que vai restar
Quando se conhecer
Tudo o que há para saber
Sobre o outro?
A obrigação de se reinventar.
De se renovar.
De vencer o tédio na calmaria de um território conhecido
Ou de aproveitar as certezas.
Nada de desperdício.
Não o jogue fora.
Fique.
Se acostume.

Ou surpreenda-se.