Não sei exatamente se a promessa de um bom filme foi deixada
pelo trailer, ou pelo seu elenco. Acho que, no final das contas, foi um pouco
dos dois. Bem, isso e talvez o fato de eu ter gostado de “O Lado Bom da Vida”.
Entrei no cinema com grandes expectativas e deixei o cinema com uma sensação
que pode ser bem explicada pela frase “Eu teria feito diferente”.
É bem verdade que “Trapaça” não é de todo ruim... Apesar do
roteiro inicialmente confuso, tudo acaba por ser devidamente explicado. No
entanto, toda essa confusão o torna cansativo, e faz com que o espectador
queira que o filme acabe logo, restando a impressão de que este não é um filme
bom o suficiente para ser assistido novamente. Apesar disso, seria uma boa
ideia assisti-lo mais uma vez, principalmente aqueles que não entenderam a
história da primeira vez.
Ainda, no que se refere aos bons pontos do filme, o figurino
deve ser destacado, principalmente o de Amy Adams que, além de linda, usou
roupas e sapatos de causar inveja a qualquer uma!
E as piadas? Bem, foram piadas engraçadas, e acho que esse é
o objetivo de uma piada. O sonho de toda piada é ser engraçada.
Além de tudo isso, temos o elenco. Um elenco maravilhoso e
atuações épicas. Não me surpreende que foram indicados ao Oscar. Vamos colocar
Jennifer Lawrence, Amy Adams, Christian Bale, Bradley Cooper e Jeremy Renner
juntos, e adicionamos uma dose de Robert DeNiro, e o que poderia dar errado?
Bem, o roteiro. Podemos ver Jen Lawrence completamente louca e alcoolatra nas
cenas mais engraçadas do filme, e atores como Bale e Renner com personagens
cujas características são opostas a Batman e Hawkeye. E eles incorporam esses
personagens incrivelmente bem, deixando de lado o estigma de seus personagens
mais famosos.
A verdade é que são bons personagens, com características e
personalidades marcantes, que poderiam fazer a telona explodir, interpretados
por ótimos atores. E são esses atores os
responsáveis por carregar o filme nas costas. O filme deixa um pouco de ser
cansativo porque, como esperado, ver esses atores em ação acaba por se tornar
um grande prazer.
Por fim, se me perguntassem sobre “Trapaça”, eu responderia:
“Tem tudo para ser um filme digno de Oscar de Melhor Filme, uma verdadeira
obra-prima. Mas acho que David O. Russell acabou se perdendo no roteiro, e
tornou a experiência do filme exaustiva. Não é um filme que eu indicaria,
apesar de todas as coisas boas presentes nele. Apesar do plot twist no final do
filme, e da fotografia que me deu a impressão de ser filha de um casamento Coppola-Scorcese.”
E eu não poderia, também, deixar de mencionar que aqueles
que vão assistir o filme esperando que o senso de justiça seja massageado,
poderá ser... bem, trapaceado.