quarta-feira, 8 de março de 2017

DIM

Dia Internacional da Mulher. Um pai dá uma flor a cada uma de suas filhas. Uma rosa vermelha, assim como a rosa de "A Bela e a Fera": nesse caso, a flor tem uma alusão um pouco diferente. 

É um recado, um lembrete, até mesmo um desejo de um pai, um apelo para que suas filhas lembrem quem são. Lembrem quem são e lembrem de seus direitos. Entrega a Rosa vermelha como quem diz: "Minha filha, não posso tornar o mundo seguro para você. Não posso fazer com que o mundo reconheça que você tem os mesmos direitos que eu ou qualquer homem. Mas luto com você por isso, vejo sua luta. Nunca abaixe a cabeça! Lute pelo que é seu, mostre quem você é. Estou a seu lado.", o recado é entendido, afinal, "para bom entendedor, meia palavra basta.". Sorriram e se abraçaram. O mundo está em constante mudança, e todo dia é marcado por uma luta feminina diferente. Não é para menos que são frequentemente chamadas de guerreiras. Guerreiras, médicas, advogadas, físicas, biocientistas, agrônomas, empresárias, escritoras, cantoras, atrizes, dançarinas, administradoras, contadoras, arquitetas. Professoras, mestras, doutoras! Donas de casa. Mães. Magras, altas, baixas, ruivas, loiras, negras, brancas, asiáticas.

Moça, lembre de Patti, Lilian Maya, Marie, Mary, Elizabeth, Emma, Annie, Alice, Clarice. Rosa.

De Bela, Furiosa, Leia, Laura, Eleven, Tulip, Mulan, Arya, Lagertha, Beatrix, Uhura, Moana, Aurélia, Ana.
Pense em si mesma.
Você é forte.
E você pode se reerguer. 
Sempre. 
Todos os dias.
"Still I rise".



Não mais somos coisas.
Não mais somos nada.
Violentadas,
Estupradas,
Assassinadas,
Manipuladas,
Oprimidas,
Reprimidas,
Deprimidas.
Diminuídas.
Não, não mais.
No more.

A flor não mais significa apenas que o que é belo também é forte. Hoje, a flor em suas mãos significa equidade. É o símbolo de nossa luta. Sejamos donas de nossos corpos! Que possamos ir onde quisermos! Vestirmos o que quisermos! Não mais estereotipadas, não mais objetificadas, não mais vendidas, não mais xingadas! Que as marcas roxas nos corpos das mulheres violentadas e a memória daquelas que partiram permaneçam como marcas em nossas mentes, mais um lembrete de quem somos e o que queremos. O mundo também é nosso, os nossos direitos são nossos! As flores e rosas são o objeto que levamos para o palco no momento de nossas danças. Sejamos protagonistas de nossas danças, nós e nossas rosas. 
Receba essa flor, moça.
Hoje, a flor é um símbolo da resistência.
E nós somos a resistência.

(lute, sempre.)
(calar, nunca.)